Opinião de leitores sobre “O Conhecimento de Anatol Kraft”
“O Conhecimento de Anatol Kraft é uma narrativa metalingüística com ares de metacrítica. O personagem que dá título ao texto é uma figura exótica, quer seja pela aparência física, quer pelo conjunto das ideias. Um escritor fracassado, autor de um único romance que teve apenas sessenta e sete leitores, sua imagem é contrastada pela de um bancário responsável pela edição de um jornal interno da instituição em que trabalha e que busca entrevistá-lo para seu periódico. A narrativa traz ainda as figuras de Tereza e Marina, a primeira, amante de Henrique (bancário/jornalista) e a segunda vendedora da loja de antiguidades de Anatol, pela qual os dois estão enfeitiçados. Os atritos desenvolvidos ao longo da narrativa possibilitam ao leitor mergulhar em um universo em que surgem questões relativas à teoria literária, a formação do cânone na literatura, dentre outras de menor importância, daí o caráter metacrítico e ficcional sugerido. De maneira explícita ou implícita, aparecem no texto referências a Clarice Lispector, Leon Tolstoi, Nelson Rodrigues, e ainda comentários sem maiores desdobramentos a Flaubert, Graciliano Ramos e Gogol; Chesterton e Platão, completam o cardápio do estranho conhecimento de Anatol Kraft. Dos diálogos do romance emergem discussões profundas sobre o fazer literário. Para quem não se contenta apenas com as leituras rápidas das antessalas de médicos, dentistas e repartições públicas.”
Luiz Renato de Souza Pinto, crítico literário e escritor. Texto extraído do artigo Babel de celulose publicado no jornal Folha do Estado, Cuiabá, em 4 de dezembro de 2011.
“Agradeço aos deuses da biblioteca pela imprudência de Roberto Gomes ao escrever esse livro. O conhecimento de Anatol Kraft é muito bom!”
Jefferson Schneider, ilustrador, professor.
“A.D.O.R.E.I. o livro!!! Se virar um filme, tem que ser protagonizado pelo Antonio Abujamra, hehe…”
Etel Frota, poeta e compositora.
“Terminei de ler O conhecimento de Anatol Kraft. Na verdade li até o fim e depois o reli por inteiro, de cabo a rabo, sem parar, com um prazer imenso, prazer que há algum tempo não experimentava. Acho que deve ter sido pela apresentação/construção dos personagens, todos muito bons. Me apaixonei pela Tereza e não apenas por sua bundinha afoita, esperta, mas também por sua empinada independência. A presença de Anatol nos diálogos de Marina com Henrique basta para desenhar sua (dela, Tereza) superioridade. Os comentários de Anatol sobre o fim do jornalismo e da literatura, biografias e touradas, sobre os livros cuja leitura jamais devemos concluir, sobre a arte de ler, sobre Freud e a mulher, são um convite-desafio à participação, fiquei até com muita vontade de entrar no livro!”
Emmanuel Appel, professor de Filosofia da UFPR.
“O conhecimento de Anatol Kraft é um belo romance que faz reverberar no leitor outras leituras, compondo essa teia que chamamos literatura. É um belo romance que precisa e merece ser conhecido, comentado.”
Renato Bittencourt Gomes, escritor, crítico literário.
“Adorei o Anatol. Considerado o Autor, ruim eu já sabia que não haveria de ser, mas mesmo a despeito da minha alta expectativa, fiquei surpreso.O personagem central é fabuloso, a trama é cheia de achados.Fiquei pensando em como o insólito pode ser significativo e revelador. Viva o talento!”
Jean Garfunkel, compositor, poeta e músico em tempo integral.
“Magnificamente e sem muito esforço por parte de quem o lê, notamos em O conhecimento de Anatol Krafto quanto o Autor soube traduzir de forma simples as vicissitudes que sofremos em nossa existência.Magistral.”
Eleotério de Oliveira Burrego, livreiro.
“Li o Anatol Kraft, do Roberto Gomes. Essa novela (para maior justeza quanto ao gênero, creio)é muito boa, sobretudo porque é também um livro para escritores. As discussões literárias não mepareceram penduricalhos, são questões debatidas em diferente igrejas acadêmicas. E opersonagem central é realmente bem desenhado e explorado com todo seu esplendor defalácias. Embora haja modelos prévios, como anota o Seffrin na orelha, produzir um clownchegado à mistificação com aquela eficácia narrativa é trabalho de gente grande, deconcentração quase mediúnica. Jogar o tempo todo com a verdade e a mentira em relaçãoa tudo, mas especialmente em relação à literatura e ao amor, tem qualquer coisa de vertiginoso,o que se converte no leitor em avidez de leitura. E a isso responde bastante bem o textodireto, desempolado e absolutamente controlado do autor. Anatol Kraft e Tereza são, a meu ver,os personagens mais interessantes, ficando com Marina os mistérios – aqui pouco profundos – do eterno feminino, e com Henrique, um tanto passiva, palidamente, a generosidadede se colocar como “escada” para Anatol. Bueno, o fato é que li o livro com grande prazere admiração pelas habilidades do autor.”
Jair Ferreira dos Santos, contista e ensaísta, autor de A inexistente arte da decepção (Agir, 1996)
e Cyber senzala (Brasiliense, 2006), entre outros.“Li quase de uma sentada O conhecimento de Anatol Kraft. Livro muito bom. Sério e divertido, num equilíbrio difícil e delicado. É uma narrativa na medida exata da história, contada sem sobras. Algumas páginas são excelentes, coisa de ter de voltar a elas depois. O livro me lembrou o “Leviatã” do Paul Auster, apesar da grande diferença de tamanho (físico) entre eles. Ambos são livros sobre literatura com personagens que são escritores, e em ambos os casos um cobiça a mulher do outro (o Henrique, claro, é um escritor embrionário, assim eu o vi). Os protagonistas de ambos são personagens fortes, inclusive fisicamente, corpulentos, portanto. Ambos anárquicos, revoltados e autodestrutivos. O Benjamim Sachs de Auster pega mais pesado, até porque tem mais tempo, já que vive através de 320 páginas intensas e morre de modo espetacular. Já o Anatol Kraft de Gomes, com uma vida resumida a enxutas 113 páginas, transposto de terras frias para os Trópicos, ganhou algo de Macunaíma. A cena com o revólver de brinquedo é um primor tanto do ponto de vista humano quanto literário: o leitor estranha de início que aquilo possa parecer à beira do artifício e só depois entende tudo. São meras observações. O livro vai além de tudo isso, inclusive vai além da comparação feita aqui. Ele é também aquilo que você observou a partir do seu olhar. Seja como for, é o próprio Anatol quem afirma, em certa altura, que os livros em geral refletem outros livros. Sim, é o óbvio, e ele também diz gostar do óbvio, como Chesterton.
PS: Também achei o livro muito bem cuidado editorialmente.”
Eliezer Moreira, romancista, ensaísta e roteirista de TV, autor de A pasmaceira(Record, 1990), entre outros.
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