Descrição
A escrita do conto dialoga com a variedade dos gêneros literários. Pode conter a concisão e musicalidade dos poemas, o diálogo e a ação do teatro, as personagens complexas dos romances, a filosofia dos tratados, o humor da linguagem carnavalizada, os temas e contraditos da realidade, a veloz e cotidiana comunicação do jornalismo, as relações éticas e emocionais da psicanálise, e os mitos ancestrais em roupagens atualizadas. Enfim, um conto é a vida em movimento, acondicionada em embalagens econômicas.
Contos em mim menor é livro que se fez de leituras, observação, memória e imaginação. E pretende se inserir nas dobras da tradição milenar do escrever para narrar histórias de personagens comuns, de momentos especiais, de acontecimentos ímpares. É uma antologia pautada pela diversidade. Por vezes se aproxima do relato realista, em outras demanda parentesco com a poesia. As personagens aproximam-se dos leitores, mas por vezes se colocam distantes para serem observadas e analisadas. A linguagem narrativa é envolvida pelo coloquial, sem dispensar a presença do termo incomum, da frase tortuosa, da ironia ferina ou do humor revelador.
Esta coletânea metaforiza-se no vidro: os grãos minúsculos da areia formando uma liga poderosa e múltipla. O vidro que protege, torna transparente, reflete impiedosamente, envolve ou estilhaça-se em cacos: corta, fere, expõe entranhas.
Com defeitos e plenitude, Contos em mim menor realiza uma literatura de grãos de areia, de vidros e de espelhos.
Marta Morais da Costa
É ensaísta, cronista, contista e poeta. Entre dezenas de títulos, escreveu O mapa do mundo (2006); Sempreviva, a leitura (2009); Palcos e jornais (2009), Almanaque do leitor (2014); Hoje tem espetáculo? Tem, sim, senhor (2016), Riso, siso e parafusos: o humor é coisa séria (2020); Bora (2023) e No que der e vier, a poesia põe a colher (2023).










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