Descrição

Na segunda metade do Século XIX, William Morris postulava que a Arquitetura abrange todo o ambiente físico que circunda a vida humana. Os arquitetos modernos converteram essa vindicação em mandamento, organizando suas aptidões numa escala de atuação que abrange desde alguns centímetros até milhares de léguas quadradas. Uma cadeira ou uma mesa serão colocadas numa sala, que se situa num apartamento, que se situa num edifício, que se situa numa rua, que se situa num bairro (que pode ser um parque), que se situa numa urbe, que, por sua vez, se situa numa região metropolitana. Os arquitetos têm a capacidade de criar e desenvolver os projetos da cadeira, da sala, do apartamento, do edifício, do bairro, das urbes e das relações entre elas. E podem reduzir sua escala projetual, a fim de resolver, por exemplo, um logotipo e sua colocação num papel de carta. Atuando nas escalas propostas por William Morris, a obra do arquiteto Manoel Coelho abrange desde um ponto de ônibus até planos urbanísticos; desde o conceito e a posição de um logotipo bordado nos uniformes dos funcionários de uma Universidade até o plano diretor e os edifícios da própria Universidade. As características da sua produção o conectam diretamente à linha racionalista da Arquitetura Moderna de meados do século XX: crença no método projetual mais do que na inspiração, intransitividade arquitetônica, recusa do historicismo, aceitação e expressão da tecnologia (o que o levou a alterar sua arquitetura na medida em que se alteravam as disponibilidades da indústria brasileira). A linha racionalista da Arquitetura Moderna também divulgava que o usuário compreenderia um bom projeto sem esforço.